quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Operadoras temem abrir redes e perder receita, avalia IDC Brasil

Para o diretor da IDC Brasil, Mauro Peres, a briga do Skype com as celulares nos EUA - a empresa foi à FCC para reivindicar o direito de ter o software rodando nos terminais das operadoras móveis - acontece em todo o mundo, inclusive, aqui no Brasil. "Só não foi ainda para o órgão regulador", avalia. Segundo Peres, as operadoras resistem abrir suas redes porque temem perder a receita ligada ao produto voz, o carro-chefe delas.

"As operadoras, sejam elas fixas ou móveis, vão tentar resistir até onde puderem", afirmou Peres, que participou, nesta quarta-feira, do anúncio da quarta edição do Barômetro Cisco de Banda Larga, estudo patrocinado pela fabricante e realizado pela IDC Brasil.

Para o analista da IDC, aqui no Brasil, também há uma resistência clara das operadoras em relação a abrir suas redes aos novos entrantes. Ele lembra a questão do "unbundling", o compartilhamento da infra-estrutura de rede obrigatória para as concessionárias locais que não andou como devia nos últimos anos no país.

"As operadoras VoIP sofrem com essa falta de compartilhamento de infra-estrutura. E vão continuar porque o mercado vai resistir até onde puder. A opção é buscar alternativas", reforça o diretor da IDC Brasil.

Com relação ao aumento de conexões banda larga, Peres diz que o VoIP tem pouca influência no resultado final. "As pessoas buscam a navegação básica mesmo." Mas admite que entre as classes A e B, atendidas pelas operadoras de cabo, o serviço NetFone, da Net/Embratel, tem sido, sim, um diferencial na hora da escolha de um provedor.

"Os pacotes triple play - TV por Assinatura, banda larga e Telefonia - são atrativos e determinam uma mudança de provedor tradicional. É claro que ela ainda impacta pouco, até porque a infra-estrutura de cabo é restrita no país", observa Peres.

O presidente da Cisco Brasil, Pedro Ripper, disse que a discussão em torno "unbundling" perdeu força no país, principalmente após a Embratel, que estava à frente do debate, ter mudado de controle acionário, mas observa que é, sim, uma questão para ser retomada. "Ela é determinante para fomentar a competição", observou o executivo.

Ripper lembrou três exemplos mundiais. Um na Dinamarca, onde as operadoras foram obrigadas por lei a abrirem seus DSLs às concorrentes para fomentar a concorrência; os EUA, onde não houve lei, mas sim demanda do mercado, e por isso as operadoras fixas, preocupadas com a presença das concorrentes de cabo, abriram mão da assinatura básica de voz para vender o acesso banda larga. Por fim, recentemente, a França também decidiu abrir o modelo para ampliar a competição e o número de acesso de conexões banda larga.

"São exemplos distintos, mas que trouxeram resultados. No caso dos EUA, as operadoras fixas vendem banda larga e o consumidor compra o serviço de voz de uma operadora VoIP. É uma questão de oferta e de preço. Há modelos que podem ser observados e adaptados para o Brasil", completou o executivo.

Ripper, no entanto, deixou claro que as concessionárias de telefonia fixa precisam ter seus investimentos respeitados, uma vez que a infra-estrutura é um ativo. "Não há como fazer negócio sem ter rentabilidade. Tem que ser um modelo justo para todos, mas tem que haver um modelo que resolva o problema", finalizou o presidente da Cisco Brasil.

De acordo com dados do Barômetro Cisco de Banda Larga, o país terminou o ano de 2006 com 5,75 milhões de conexões banda larga. Somente no ano passado foram incorporados 1,6 milhão de novas conexões, o que significa um crescimento de 40,1%, em relação a 2005. Como o estudo avalia conexões com velocidades superiores a 128 Kbps, as conexões realizadas ainda através do modelo dial-up (linha discada) não foi avaliada.

Fonte: Computer World

2 comentários:

Anônimo disse...

Alberto sou aluno da faculdade de ciencias e tecnologia mater christi,estou meio aperiado,minha manografia é implementando trixbox, mas ja esta em cima da apresentacao e ainda nao implementei, nao tem como vc me mandar só o print screen das imagens do trixbox para me...ficarei lisongiado com isso....

Alberto M. Sato disse...

Fábio

Utilize o VirtualPC ou o VMWare, assim fica muito fácil fazer as digitalizações das telas do TrixBox, pois não sei que tipos de telas você quer do TrixBox.

Abraços

Sato