sexta-feira, 29 de junho de 2007

Adoção de telefonia IP ainda está em estágio inicial

por Roberta Prescott
28/06/2007

Mais cara que o modelo tradicional, a telefonia IP está em estágio inicial de implementação nas empresas

Enquanto o mercado europeu vive um declínio da adoção de telefonia IP, em decorrência do amadurecimento do mercado daquele continente e do fato de o IP não representar mais uma novidade, no Brasil, está realidade é oposta. A adoção de voz sobre IP ou de telefonia IP ainda está em fase inicial, com apenas algumas iniciativas mais avançadas. Isto contribui para a taxa de crescimento ano a ano de telefonia IP na América Látina ficar na casa dos 11,6%. Nos Estados Unidos, este índice é de 5,1% e na Ásia de 10,6%.

Estes dados foram apresentados na tarde desta quinta-feira (28/06) em painel no IT Conference 2007. "Dois anos atrás não se falava tanto em adotar telefonia IP", destacou a gerente de pesquisas da Frost & Sullivan, Kristin Crispin. O estudo da consultoria também revelou que o mercado brasileiro de telefonia tradicional está em queda de 11,8%.

Na comparação com o México, o Brasil aparece bem distante na adoção de IP puro. Kristin explica que este fato deve-se à falta de concorrência em telecomunicações, o que culminou em uma qualidade de serviços inferior à desejada e a um alto custo. Tais fatores levaram aquele país a partir para a solução em Protocolo IP antes de outros da América Latina.

Estatísticas à parte, o que as corporações buscam ao implementar esta tecnologia é uma plataforma que otimize todos os tipos de aplicação de negócios. Mas adotar IP - além de mais caro que o modelo tradicional - impõe desafios para os CIOs. Os desafios, aponta Kristin, passam pelo alto investimento, necessidade de business case com ROI, cultura das empresas e alinhamento das soluções com as necessidades dos negócios. "Não estamos mais falando de somente redução de custos, mas sim em redução da administração e do gerenciamento da infra-estrutura de rede."

Projetos
Para um projeto de implementação de telefonia IP dar certo, a consultora dá uma dica: "saiba aonde quer chegar antes de trilhar o caminho". Para Alexandre Carvalho, gerente de TI da Sandoz, a TI tem obrigação de olhar para frente para apontar caminhos que ajudem o negócio.

Segunda fabricante de medicamentos genéricos do mundo, a Sandoz resolveu partir para uma solução de IP híbrido quando viu a capacidade do PABX não suportava mais o crescimento dos negócios - entre os quais um salto de um bilhão para 6 bilhões de tablets por ano.

Além de alternativa para o PABX limitado, o IP híbrido permitia mobilidade para os executivos e flexibilidade e agilidade na comunicação, redução de custo e convergência tecnológica. O projeto começou com um piloto com 20 pontos e vai expandir para mais 30. Como resultados, Carvalho destaca um maior valor agregado, aceitação do cliente interno, integração de voz, dados e vídeo.

No caso da Promon, que implementou telefonia IP em mil ramais, o motivador foi o fato de a plataforma estar obsoleta. Com a troca, foram incorporados softphones para atender principalmente aos funcionários que passam a maior parte do tempo nos clientes. Os próximos passos da Promon, conta Pedro Pedini, gerente de consultoria da Promon, incluem enriquecimento do sistema com a integração com o Microsoft Outlook, acesso à intranet, SMS entre ramais e passar para o telefone os registros de horas, que hoje são feitos no computador.

Fonte: Itweb

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